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Química Tecnológica

Curso de Graduação em Química Tecnológica

CEFET-MG

O desenvolvimento de plásticos biodegradáveis como alternativa aos “plásticos tradicionais”

Última modificação: Quinta-feira, 19 de agosto de 2021

por: Bryan Coelho Santos
Aluno do curso de Química Tecnológica e
membro da Manner Jr

No atual panorama global, é fato que as novas dinâmicas relacionadas à temas como Sustentabilidade e a tão famosa “Química Verde” crescem a cada dia, tanto pela facilitação do acesso à informação por pessoas de diferentes culturas e contextos sociais, como o desenvolvimento tecnológico e científico, proporcionam novas alternativas para a melhor aplicabilidade desses conceitos no dia a dia dos seres humanos. Dentro desses tópicos, é comum que sejam abordados diversos questionamentos acerca da relação homem-natureza e, a partir disso, surge a motivação para a pergunta: “Como será que o ser humano encara os desafios ao combate da degradação ambiental?”

Apesar dos pontos citados anteriormente criarem boas expectativas para o futuro do panorama ecológico, as sociedades não se adaptaram por completo à ideia de implementar a preservação e a conservação do ambiente às suas respectivas culturas. O principal exemplo desse contexto é o uso desenfreado de objetos feitos de plásticos derivados de combustíveis fósseis que acabam por não serem descartados corretamente e, consequentemente, contaminam os mais diversos meios, como o aquático e o terrestre.

Nesse artigo, será abordado a relação entre o plástico derivado de combustíveis fósseis, também chamado de “plásticos tradicionais”, com a natureza e como a tecnologia e a ciência, em conjunto, estão convergindo para não só amenizar os impactos ambientais relacionados ao plástico, como também pretendem revolucionar todas as dinâmicas citadas anteriormente.

Quimicamente, por que os “plásticos tradicionais” são nocivos?

Há alguma alternativa?

Inicialmente, é necessário esclarecer por que o plástico derivado dos combustíveis fósseis é nocivo ao ambiente. Basicamente, esse tipo de plástico é formado por polímeros: macromoléculas caracterizadas por repetições e, nesse caso, composta por cadeias orgânicas, como é o caso do (-CH2-CH2)n (Polietileno). Apesar da alta demanda em utilizar esse tipo de plástico em diversas áreas, é fato de que a reciclagem da maior parte desses plásticos fósseis é dificultada pelas características químicas, como as altas temperaturas necessárias para quebrar as ligações químicas entre carbonos e, posteriormente, resgatar os monômeros que pertencem à esses polímeros, além da baixa taxa favorável à reciclagem desses materiais.

Logo, é comum que o plástico não receba o descarte correto e acabe na natureza, acarretando na contaminação desse meio e até mesmo na morte da fauna local. Estima-se que alguns tipos de plásticos possam durar até 400 anos na natureza para se decompor, junto ao acúmulo de outros resíduos que contribuem para a degradação do ambiente.

Apesar desses problemas, a ciência e a tecnologia, em conjunto, contribuem para a criação de alternativas que, durante as últimas décadas, proporcionaram métodos que pudessem reduzir esses impactos ambientais, seja pelo desenvolvimento de plásticos biodegradáveis ou pelo controle biológico de outros seres vivos, como fungos e bactérias, com o potencial de diminuir o tempo necessário para a decomposição “livre” desses objetos. Recentemente, foi publicado na revista científica Nature um artigo chamado “Closed-Loop Recycling of polyethylene-like materials” que aborda o desenvolvimento de duas alternativas sustentáveis de plástico como opção ao Polietileno de Alta Densidade. Os autores Manuel Häußler, Marcel Eck, Dario Rothauer e Stefan Mecking desenvolveram um ciclo para a produção dessas opções sustentáveis, a partir da “refinação biológica” de plantas para a obtenção de monômeros que, posteriormente, serão polimerizados. Com esse último processo, será possível obter Policarbonatos e Poliésteres com propriedades semelhantes ao Polietileno. Em seguida, haverá a etapa de processamento e aplicação do material e, por último, ele poderá ser utilizado. Em um determinado momento em que esse plástico necessite ser descartado, ele passará por um processo de reciclagem envolvendo a solvólise dessa unidade, a fim de recuperar os materiais iniciais com pelo menos 96% de aproveitamento e, assim, o ciclo irá se repetir.

Como essa perspectiva se encaixa para o início dessa década?

Mesmo que uma solução eficiente para todo o problema proporcionado pelo plástico tradicional esteja longe de ser alcançada, as alternativas anteriores dão um vislumbre de como a ciência e a tecnologia desempenham um papel fundamental em revolucionar o modo de como os seres humanos se relacionam com a natureza. Porém, vale ressaltar que, com ações simples, a humanidade pode amenizar os atuais impactos ambientais e, principalmente, evitar um possível colapso ambiental futuro. A conscientização da população e a implementação de métodos como a Coleta Seletiva são de grande ajuda para a ecologia do século XXI.

Desse modo, as expectativas são altas e otimistas para um futuro promissor, no qual a ecologia esteja presente nas mais variadas culturas e a ciência possa contribuir para o desenvolvimento da relação humano-meio ambiente.


Referências Bibliográficas

HÄUßLER, Manuel; ECK, Marcel; ROTHAUER, Dario; MECKING, Stefan. Closed-loop recycling of polyethylene-like materials. Nature, [S.L.], v. 590, n. 7846, p. 423-427, 17 fev. 2021. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1038/s41586-020-03149-9.

FISHMAN, Zack. New plant-based plastics can be chemically recycled with near-perfect efficiency. 2021. Disponível em: https://academictimes.com/new-plant-based-plastics-can-be-chemically-recycled-with -near-perfect-efficiency/.

Plástico-Poluição e Alternativas. Disponível em:  https://pt.wikipedia.org/wiki/Pl%C3%A1stico#Polui%C3%A7%C3%A3o_e_Alternativas


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